quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

RESPONDA ESSA

"3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos,
4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
(...)
7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.
8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
9 Mas, ouvindo eles sta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até os últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.
10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor? Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais." - João  8: 3 a 11

Suponho que a história narrada aqui por João você já conheça. Elá é um clássico do Novo Testamento. Agora responda a essa pergunta. O que Jesus teria dito à essa mulher de João 8, se no dia seguinte ela fosse trazida novamente à sua presença pelos fariseus sob a mesma alegação de haver  sido surpreendida em adultério?

Ora, Ele teria dito a mesma coisa que disse no dia anterior "Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais." Por que? Porque o pecado dessa mulher não afetava a Jesus nem faria diminuir a intensidade do amor que Jesus tinha por ela.


Por que então Jesus disse a ela "vai e não peques mais"? Por que se tornasse a cometer    o  pecado, ela  traria implicações contra ela mesma. Implicações sociais, implicações religiosas e pessoais...


Continua...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UM HOMEM CONFORME O CORAÇÃO DE DEUS

“Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” – Atos 13: 22




Atos 13: 22 não é nenhum elogio que Deus faz a Davi. É uma constatação. Uma declaração de verdade acerca de um homem. E a verdade acerca desse homem é que ele é “um homem segundo o coração de Deus”.

Gosto da tradução que escolhi acima para o texto. Ela é da Revista e Atualizada. Mas a Edição Revista e Corrigida me encanta mais. Ela diz “um varão conforme o meu coração”. Ela me encanta porque me coloca diante do conceito mais lindo e exato que de Davi se pode ter. Isso porque o conceito está profundamente relacionado com a forma. Dizendo sem rodeios, a forma que o coração de Davi assumiu. Ele tomou a forma, foi preparado na mesma forma até ficar com a forma cuja fôrma – ou formato – era o coração de Deus – igualzinho ao que o apóstolo Paulo disse em Filipenses 2 no verso 5: “Tendes os mesmos sentimentos que houve em Cristo Jesus...” (para citar um dentro outros textos). E isso, meu amigo, não tem nada a ver com estética – imagina uma intervenção cirúrgica em que o coração de Davi necessitasse ser analisado na mesa clínica: “Não tem nada aqui!!” – diria o cirurgião – “Não é esse o tal homem cujo coração tem a forma do coração de Deus. Deve ter virado espírito também (bobagem).” Não tem a ver com plasticidade. Tem a ver com conteúdo. Tem a ver com os mesmos interesses, com os mesmos sentimentos. Com a sensibilidade de se importar com as mesmas coisas que importam a Deus e se inclinar para os mesmos motivos paras os quais o coração de Deus se inclina. O coração vai tomando a “forma do coração de Deus”. 


Sei ainda que essa afirmação não deveria ser feita por Deus, mas pelos amigos de Davi. Pelos companheiros de caminhada, de guerras, de solidão, de conversa ao pé da fogueira que aquecia as noites frias em esconderijos quando em fuga, quando tudo assombrava à sombra da ruína, que em meio a tudo isso, iam assistindo “in loco” as reações do coração de Davi. Sei disso porque um coração conforme o coração de Deus só vai tomando essa forma conforme o tempo e a sensibilidade, e a sensibilidade conforme a submissão ao impulso de assumir essa outra forma em meio às pressões. Sendo assim, um coração segundo o coração de Deus só é reconhecido e confirmado pelo tempo. Ouça o que quero dizer: a pressão para pecar; a pressão para torcer a verdade para o próprio proveito; a pressão para azedar o coração, para amargura-se contra o próximo que derrama amargura contra a gente, para embrutecer a alma; a pressão para perder a fé, para abandonar a confiança, para concluir que a carreira é uma tremenda perda de tempo e que Deus é um ideal forjado no inconsciente a fim de suprir as carências mais profundas da alma e, portanto, Ele não passa de fantasia do mundo psíquico, só são experimentadas no tempo da nossa jornada e a prova de que se resistiu a tudo isso e venceu essa avalanche insistente de inimigos lancinantes e invisíveis É SÓ O TEMPO É QUEM DÁ. Portanto saiba: um homem segundo o coração de Deus só pode ser declarado assim pelos companheiros e gente da terra que o assistiram em sua jornada de fé no tempo, que viram-no resistir a tudo que se opõe a Deus e tornou-se cada vez mais suscetíveis aos sentimentos e à vontade de Deus. Fora a isso é elogio barato; pedantismo religioso e que não diz o que quer significar.




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

AMOR, LOUCURA E REDENÇÃO


Freud parece concordar com o escritor de Eclesiastes quando diz que um homem sadio emocionalmente é aquele que consegue amar com prazer e trabalhar com satisfação. Essa é a figura do homem que desfruta de perfeita saúde mental segundo o pai da psicanálise. Como sabemos, tanto a vida quando a experiência mais profunda da existência já provou isso , não existe de fato o tal "o homem mentalmente sadio" - você já ter ouvido o axioma "de médico e louco todo mundo tem um pouco" - pois é: ele é verdadeiro. Tão pouco existe o homem sem pecado - então tranquilize-se e reconheça sua condição.

Pois bem. Se é assim, assim também se chega a uma dura conclusão, também confirmada pela existência: amar é sofrer e trabalhar é enfadonho. Logo a vida é sem graça

Qualquer observador da vida concorda que amar é sinônimo de sofrimento. Ao menos por duas razões: primeira porque o amor se entrega a quase todos os absurdos: o amor tudo crê, tudo suporta, todo espera e tudo sofre. Segundo porque o amor necessita loucamente do objeto amado para ser desfrutado de maneira completa e, na ausência desse objeto amado ou - o que é muito mais provável - quando ele não é correspondido por esse mesmo objeto, tal amor se converte em lágrimas de dor e em rio de tormentas destruidoras - os apaixonados  e a moçada que está naquela "fossa", estão entendendo o que estou falando; e olha que meu exemplo é francamente superficial.

Será que existe uma maneira razoável para escapar do cíclo amargo dessa vida sem graça onde amar é sofrer e trabalhar é sofreguidão a que todos estão condenados atravessar como prisioneiros - tal como estavam presos aqueles garotos do desenho A Caverna do Dragão em busca de uma passagem transdimensional que os devolvessem ao seu mundo (você deve se lembrar)?


Jesus disse que sim.

"Venham a mim, todos os os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." - Mateus 11: 28 a 30

É aí que a gente encontra Alguém que abre a porta de escape para aquilo que esse mesmo Alguém chamou de "vida e vida em abundância" que prometera trazer em Si mesmo segundo sua declaração encontrada no Evangelho de João capítulo 10 do verso 10. Aí a gente aprende que transmutação dessa vida enfadonha que aprisiona a todos mas que se faz possível à qualquer um que se permita fazer-se paciente não de Freud - aquele sujeito da psicanálise - mas que permite fazer-se paciente de Jesus de Nazaré, o judeu, homens de dores e que sabe exatamente o que é padecer - isso para dizer quase nada a respeito Dele sobre o tema -  e que Jesus é altamente empático ao cíclo dolorido da vida - saiba-se que esse é um postulado básico na psicanlise comtemporanea no processo da análise e "cura": a empatia. Ouça isso: Vinde a mim (...) e aprendam de mim (...) e encontrarei descanso para as suas almas. Bacana isso da parte de Jesus não?

Ainda existe uma outra porta de libertação no cíclo enfadonho que aprisiona a vida. Trata-se do descobrimento de um Amor maior que o amor que faz sofrer. Isso porque tal amor não se ausentará daquele que ama nem deixará de ser compartilhado com aquele que deseja desfrutá-lo. É lógico que estou me referindo a um Amor de natureza e essência, de magnitude e de dimensões diferentes e superiores daquilo que chamamos de amor. Não estou me referindo do amor terreno - ou melhor - fruto dos intrincamentos, desajustes e conflitos psíquicos de que Freud fala quase sempre. Estou falando de um amor que esta acima e além destas complicações. Estou falando de um Amor que está fora da gente cuja origem é divina. Então a descoberta fica assim: só Deus pode amar e dar este tipo de amor, como também só Ele pode corresponder perfeita e continuamente ao amor daquele que O deseja


Sendo assim, já não haverá frustração perturbação, bem como não haverá dores e enfado de nenhuma forma.

Veja o que disse Jesus acerca de si mesmo: ...aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração,e vocês encontraram descanso para as suas almas. A conseqüência dessa aprendizagem com Jesus, cujo coração é como é por estar carregado de amor e que corresponde ao amor de quem o ama, é libertadora e terapêutica de toda forma de vida em sobrecarga. Senão veja o resultado imediato dessa aprendizagem terapêutica prometida por Jesus: "...e encontrarei descanso para as suas almas.

Aos que se sentem aprisionados por essa sofreguidão que transforma a vida num ciclo enfadonho e sem graça, Jesus oferece a redenção dessa loucura: vida e vida em abundância. 


Deus os abençoe com descanso para a sua alma,


Pr Paulo Rodrigues

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DEUS É AMOR E ASSIM VOCÊ É AMADO


“Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como címbalo que retine.

Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que eu entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
O amor jamais acaba; mas havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem desisti das coisas próprias de menino.
Porque, agora, vemos como espelho, obscuramente; então veremos face a face; agora conheço em parte, então conhecerei também como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” - I Coríntios 13: 1 a 13


Dificilmente alguém que leia esse texto de Paulo, cujo tema central é o amor, não sinta-se profundamente incomodado. Nele, se fala que o amor devería ser e reação mais natural do crente em Jesus em relação a tudo na vida. Conheço uma irmãzinha doce, mulher de Deus, que ficara viúva cedo. O sonho dela era casar-se novamente. Porém ela afirmava que só se casaria outra vez quando encontrasse um companheiro cujo amor por ela fosse como esse, descrito nessa carta por Paulo. Eu disse a ela que tal amor não tinha nada a ver com amor romântico de que depende o matrimônio. Esse amor tem a ver com um modo de vida com que cada aprendiz de Jesus deveria manifestar na sua relação com o próximo e com o mundo. Não tem necessariamente nada a ver com o amor que une um homem a uma mulher no casamento. Tem a ver com o amor que o homem deve manifestar por todas as mulheres e homens e toda mulher deve manifestar por todos os homens e mulheres como discípulos de Jesus. Com isso, eu mesmo, toda vez que leio a “carta do ágape” sinto-me incomodado pela necessidade de constantes e inúmeras adaptações a expressões desse amor para com tudo e todos à minha volta. Sem dúvida nenhuma, isso causava um desgostoso sentimento de culpa. Isso me aconteceu muito tempo até que li a "carta do amor" de uma maneira diferente.

Mais do que um padrão de conduta ideal do cristão, essa é uma carta que revela de maneira absurdamente escancarada como Deus é. Mais do que falar daquilo que eu eu você deveríamos ser, o texto fala com precisão absoluta de como Deus é: Deus é amor. Note que Paulo não diz que como o cristão dever ser, ele diz como o amor é. Portanto, aprendi a ler I Coríntios 13, primeiro e acima de tudo, como sendo a maneira mais cristalina de como Deus é e de como Ele nos ama na prática. Portanto, deixe-me demonstrar, com minha maneira de escrever, o que Paulo faz saber a esse respeito no seu texto.

Primeiro, Paulo diz que toda ação, comunicação, saber e benefício de Deus a favor de cada um de nós é sempre fruto do Seu amor. É com essa premissa que o apóstolo inicia a “carta do ágape”: faça Deus o que fizer, Ele está criando meios para promover nosso bem porque, acima de tudo, Ele nos ama. Sei muito bem que para muita gente é difícil entender isso, especialmente quando se pensa nos atributos de Deus como justiça e santidade, ou, em Deus irado como fogo consumidor ou Juiz disciplinador. Que se afirma ali é que faça Deus o que e como fizer, sempre será resultado de Seu imenso amor para conosco crendo que, se é assim, “todas as coisas cooperam conjuntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” – Romanos 8: 28. Saiba, portanto, que, com Deus, tudo que lhe ocorrer estará sendo impulsionado pelo amor dEle por você para seu próprio bem.

Segundo, Deus sustenta uma imensa paciência para com aqueles em que, se perder a paciência, seria uma atitude inevitável. Por quê? Porque “o amor é paciente”. Deus vê que muitas vezes você está se esforçando, mas não está progredindo na caminhada cristã. Ele vê que você não está avançando no desenvolvimento do caráter segundo Cristo nem na manifestação visível dos valores do Reino. Mesmo assim Deus tem paciência; Ele espera ao invés de se irritar, de se exasperar; Ele aguarda calmo até que uma hora você chega.

Terceiro, Deus reage com extrema benevolência sempre e em favor de qualquer um. Isso não apenas porque Ele é bom, mas porque Ele é benigno (verso 4). Quer dizer que Deus está sempre predisposto a fazer sempre o bem. E significa também não é perigoso porque não possui em Si nenhuma maldade. Ninguém há que se aproxime de Deus com um coração sincero e não encontre um ser indescritivelmente bondoso. Dele não precisa se ter medo. Deus faz o bem sempre porque é a Sua natureza o ser benigno.

Também se vê que Deus não oprime nem sufoca a ninguém como se faz pensar alguns sistemas religiosos. Essa verdade é percebida pelo fato de que o amor com que Deus nos ama não inclui domínio, perseguição nem opressão porque Seu “amor não arde em ciúmes”. Conhece alguém que no namoro ou no casamento seja ciumento. Pobre do parceiro ou da companheira, pois enquanto esse ciúme durar, estes estarão fadados a uma vida de escravidão e opressões. Quem já experimentou o amor de Deus descobriu que esse amor é do tipo alegre, leve, cheio de gozo, de paz e seguro e que produz os mesmos sentimentos naquele que é amado.

Em quinto lugar se entende que Deus não é egoísta. O amor de Deus nunca é para dentro, ele é para fora pois Paulo diz que Ele “não se ufana”. O amor de Deus sempre escoará e continuará escoando como a água de um rio ladeira abaixo em nossa direção para nosso benefício. Acredite: Deus se satisfaz com a nossa satisfação.

Sexto lugar, nos garante que, conquanto Deus seja Majestoso e Glorioso, Ele não deixa de ser acessível aos humildes nem aos pobres, tão pouco aos miseráveis que necessitam dele. O amor que Deus tem por cada um de nós, “não se ensoberbece”. Isto é: o seu amor não permite que Deus nos esnobe por ser quem Ele é nem se afaste mim e de você por sermos como somos. Pelo contrário, seu amor O conduz a nós. Ele desce a nosso favor como Ele o fez quando esteve em Jesus e como Ele o faz hoje sendo o Espírito Santo. Sendo quem Ele é e nós quem somos, Deus não permanece distante. Seu amor o trás pra bem junto da gente.

Sétimo: Deus não nos faz passar por embaraço nem por envergonhamento no que dependa dele. Por quê? Porque Ele “não se conduz inconvenientemente”. Isso me faz lembrar a Jesus, a expressão perfeita do amor de Deus, de quem foi dito “não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”; também se diz que “não gritará, nem se fará ouvida sua voz nas ruas”. É assim que o amor de Deus faz: trata os indecentes com decência, os indecorosos com decoro, os desonrado com honra. Pelos seus pecados, pelos seus erros e tropeços, você descobre que o amor que Deus tem por você, jamais permitirá que Ele o exponha à acusação e à vergonha pública, mas ao perdão e a aceitação.

Depois, a gente aprende que o amor que Deus tem por cada um de nós faz com que Ele esteja intensa e constantemente interessado em nós. Ao contrário do que se pensa, que Deus esta preocupado apenas com seus interesses, o verso 5 diz que o amor “não procura seus interesses”. A Bíblia está cheia desse conceito. Basta que você a leia e entenda: "Se Deus é por nós, quem será contra nós". Você está doente, Ele se interessa; você está endividado, é do interesse dele. Está com fome, com sede, com frio, preso, solitário, sofrendo, angústias? Ele está imensamente interessado no seu problema. Ele não se “preocupa” só com Ele; Ele se preocupa com você. E muito. Por que Ele te ama.

Em nono lugar se aprende que Deus não remoe nenhum agravo cometido contra Ele. Ele não se irrita nem se magoa mesmo quando damos todos os motivos para que isso aconteça. O ágape “não se exaspera, não se ressente do mal”. Deus não se desestabilizam emocionalmente. Por que? Porque o amor é o "estabilizador emocional" do Senhor. Ressentimento é uma doença da alma. É uma amargura que não quer esquecer a maldade, a traição, a ofensa sofrida até que ela seja vingada. Deus não sofre desse mal. Não preciso dizer a ninguém o quanto nós oferecemos motivos a Ele para que fique irritado. Paulo faz saber que Ele simplesmente não fica irritado comigo. Eu fico, você fica, mas Deus não: Ele não fica ressentido das bobagens e do mal que fazemos. O Seu amor por nós o guarda de tal maneira que ninguém pode tentar nem provocar a Deus.

Ainda, o verso 6 afirma que Deus não fica passivo diante das injustiças que sofremos; injustiça de nenhuma espécie. O verso diz que Ele “não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade”. Fico imaginado o que Deus não fará às pessoas que tem o poder de promover a injustiça a uma quantidade enorme de pessoas como você que vem sendo engolidas, todos os dias, pelas mentiras e injustiças que eles praticam. Por causa do amor que Deus tem por nós, não será permitido que a injustiça prevaleça. Ele fará com que os opressores responsáveis respondam a Ele pelo que fazem contra aqueles que Ele ama.

Em décimo lugar, Deus não se deixa levar pelo mal que se impor contra Ele, antes o suporta. O verso 7diz que o “tudo sofre”. Ele já demonstrou isso por meio da cruz do Calvário por amor a nós. Paulo informa que naquela ocasião “Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo”. Ele suporta a tudo por amor a nós. Isso implica dizer que tudo quanto fazemos de insuportável é no entanto suportado por Deus. Consegue imaginar? Esse jeito esquisito que você tem que nem sua mãe, nem sua esposa e seu marido suporta, e na maioria das vezes nem mesmo você agüenta, Deus suporta. Deus prefere lhe sofrer a lhe desprezar.

Também o verso 7 diz que Deus acredita em você. O amor “tudo crê”. Você diz:“Deus, nunca mais vou fazer isso" e Ele lhe dá um voto de confiança. Ai você volta a fazer tudo errado outra vez; tropeça no mesmo erro, esbarra no mesmo pecado, então diz a Deus “Agora é pra valer Senhor! Perdoe-me, e eu nunca mais vou fazer isso” e Deus acredita novamente. Ele leva fé em você e lhe dá outra chance: uma, duas, três – pergunte a Pedro – setenta vezes sete vezes por dia Ele renova a confiança em você e diz “Comece de novo!”. Tem muita gente que não acredita mais em você, por isso deixou de investir confiança em você, deixou de dedicar tempo com você, encolheu o amor por você. Deus não. Ele não desenvestiu nem confiança, nem tempo, nem trabalho, nem esforço e nem amor por você. Para Deus, você sempre terá jeito.

Em décimo segundo lugar, o amor de Deus não deixa ninguém para trás. O amor “tudo espera”. Deus sempre está disposto a dar outra chance por que Ele é o ser mais otimista do universo. O amor é irremediavelmente otimista. Ele Prefere esperar a punir, Ele escolhe perdoar a condenar. Ele prefere ficar na expectativa de que a consciência do pecador desabroche, que o arrependimento surja e que seus caminhos do ímpio se convertam a Ele. Deus sabe que você pode dar certo mesmo que você não seja otimista em relação a isso. É por isso que Deus espera. Ninguém é capaz de decepciona-lo porque. Ele espera a todos e a ninguém deixa para trás. Portanto, siga firme em frente. Você não o desaponta. Ele não lhe abandonará, mesmo que isso seja o que você acredita merecer. Enquanto Deus esperar, existe esperança.

Por fim, a verdade mais poderosa a respeito de Deus que torna todas as demais verdades acerca de todo o Seu amor possível, é a de que Ele nunca deixa de amar: “O amor jamais acaba”. Também jamais encontrará limites. Tudo encontrará uma hora ou outra o seu limite: os dons, a ciência, a força, o vigor, eu, você, mas não o ágape. Uma hora a gente falha a capacidade que possuímos ou adquirimos terá limite. O amor de Deus não. Pelo contrário, ele, que agora vemos, nos é revelado em parte, mas a tendência é de que ele caminhe não para o fim, para uma limitação, mas para um estado de plenitude, muito maior ainda do que conseguimos conceber ou compreender.

Sabendo agora o que você sabe, leia novamente a “carta do amor”. Veja como é que Deus ama alguém. Perceba a intensidade que o ágape possui, e acredite: se você não se ama, se você não se aceita, se não é amado e não é aceito por ninguém, creia: Deus lhe ama e lhe amará sempre e sempre. E por que Ele pode lhe amar assim, lhe tolerar assim, lhe fazer o bem, não lhe oprimir, tão pouco lhe desprezar, nem sentir-se insatisfeito com você? Como Ele não lhe envergonhará, como Ele se interessará por aquilo que é importante para você? Como Ele pode não se irritar os seus pecados nem se magoar com as suas atitudes? Como Ele pode defender-me das injustiças, sofrer minhas fraquezas, continuar me concedendo novas oportunidade e esperar o melhor para mim sem ficar decepcionado comigo? Como Ele pode me ver e me amar assim para sempre sem que seu amor corra o risco de se esfriar ou acabar por aquilo que eu sou? Essas são suas perguntas não são? Pois a Bíblia lhe responde. Ela diz que isso é possível por causa de Jesus. Porque tudo aquilo que em você irritava a Deus, magoava a Deus, feria o coração de Deus, Deus colocou em forma de castigo, de punição sobre Jesus, que voluntariamente assumiu a culpa de seus pecados e aceitou ser castigado com a punição de morte em seu lugar. Assim Ele nasceu, viveu para agradar a Deus em tudo e ser perfeito, para que na cruz do Calvário, Ele tomasse o seu e o meu lugar e morresse por causa de nossos pecados por amor a nós, ficando assim nossos pecados cancelados. Dessa forma é que agora Deus pode nos amar com todo seu amor. Da maneira que a “carta do ágape” revela ser. Porque já não há mais nada que possa nos separ do amor de Deus, que nos ama sem limites através do amor que Ele tem por Jesus Cristo, o seu Filho. Só somos amados dessa forma através de Jesus.

No amor infinitamente indescritível, porque Deus é amor e a Ele não se descreve,

Deus lhe abençoe.

sábado, 27 de novembro de 2010

COMO REACENDER A CHAMA DA VIDA APAGADA PELA DOR


"Jesus, sabendo disto, afastou-se dali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e ele curou a todos, advertindo-lhes, porém, que o não expusessem à publicidade, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías:
"Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz: porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz. Não esmagará a cana quebrada, e não apagará atorcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. E, no seu nome, esperarão os gentios" (Mateus, 12:15-21).
Não tem muito tempo, fui chamado até a casa de um amigo, membro da igreja onde eu pastoreava. Assim que entrei na sala pude perceber a dor que o machucava ao olhar em seu olhos enquanto, assentado no sofá, me dizia “Tô quebrado pastor!”.  Ele havia me chamado para descarregar o seu desespero: acabara de ser demitido da empresa que o trouxera do nordeste do país para o interior de São Paulo. Eu estava diante de um homem que sentia´se desamparado e desfazendo-se em lágrimas. Realmente ele estava quebrado.
Esse é só um caso de gente “quebrada” dentre milhares que existem por aí afora. São pessoas arqueadas ao ponto de racharem como a cana exposta a ventos fortes.  O fato é que há muitos que, maltratados pelos tufões vida, estão quebrados como a cana e apagados como uma torcida que fumega. O texto bíblico apresentado acima é um diálogo com todas as pessoas que se encaixam nessa condição.
Deixe-me tomar a coisa pelo princípio. Anterior a esses versos, aconteceram dois episódios muito semelhantes entre si que criaram uma enorme animosidade entre os fariseus e Jesus.
Os primeiros versos do capítulo 12 nos informam que num dia de sábado, Jesus caminhava com os discípulos próximos searas de trigo acontecendo estarem os doze com fome.  A reação foi lógica e prática: sem rodeios, entraram na seara, colheram espigas e comeram.
Acontece que isso tudo fora feito na cara dos fariseus e a reação da facção religiosa mais fervorosa do judaísmo foi a de recriminar, horrorizada, a atitude dos discípulos por terem feito o que fizeram em sendo o dia sábado. E queixaram-se com Jesus. A isso, Jesus lhes lembra um antigo acontecimento protagonizado por Davi e seus homens sob as mesmas condições. A situação era muito parecida. Estando os homens de Davi com fome, entraram todos no Templo, a Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, proibido a quem quer que fosse comer, com exceção dos sacerdotes, que inclusive comiam dos pães aos sábados no Templo e ficavam livres de qualquer culpa (verso 5).
Imediatamente após a este ocorrido, que já havia criado um grande desconforto aos fariseus, entramos no segundo episódio. O verso 9 do mesmo capítulo nos dá conta de que Jesus agora entra na sinagoga daquele pessoal e que ficava ali, bem pertinho.  Não demorou muito e Jesus notou no lugar um homem com problema na mão. O tal homem sofria de atrofiamento de maneira que sua mão era mirrada. Já irritados com Jesus, os fariseus procuram agora motivo para acusá-lo de transgressão da lei intensificando a hostilidade, e lhe pergunta: “É lícito curar no sábado?”; ao que o Senhor lhes responde: “Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num dia de sábado, esta cair numa cova, não fará todo esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem.” Tendo lhes dito isso, Ele chama o homem pra perto dele e ordena-lhe que se estenda a mão. O homem, estendendo-a, foi curado à vista dos enraivecidos fariseus.
O que se soube depois disso foi que todos aqueles fariseus, já não podendo esconder as intenções homicidas e os ares de conspiração, faziam planos para matar a Jesus.
Em que condições, portanto, essa leitura bíblica propõe um diálogo com esse contingente infindável de pessoas quebradas e apagadas? Ela propõe o diálogo com essa gente na medida em que informa a todos que o único vínculo libertador de toda dor e aflição humana está no fato de que a marca essencial, o ânimo fundamental de Jesus para com essa gente toda é a compassividade com que Ele as vê e a misericórdia com que Ele as trata bem diferente dos fariseus e, por conseqüência, diferente de qualquer estado religioso que incorpora esse espírito farisaico. O diálogo se faz como um apelo à fé, à confiança e à aceitação de que Jesus de Nazaré é aquele que foi enviado com o propósito de manifestar a misericórdia de Deus. Jesus é o rosto misericordioso de Deus, empático com os pobres doentes e sofredores, capaz de se compadecer de todos que trazem as tatuagens da tragédia estampadas em suas vidas.. Essa é a principal característica do Messias descrita por Isaías conforme registro de Mateus.
Posso afirmar isso a partir do texto, primeiro porque, diferentemente dos fariseus, Jesus era profundamente compassível à carência humana mais elementar. Veja como a necessidade mais básica à existência humana está acima de qualquer dogma religioso. Para os fariseus, o valor da observação do sábado está acima de satisfazer a imposição da fome. Para Jesus não. Em definitivo.
Segundo, afirmo isso porque Jesus é imediatamente mais responssível às ocorrências infortuitas da vida capazes de gerar um ser humano fisicamente limitado, doente, enfermo, seja físico, seja mental ou emocionalmente do que às observações mais sagradas de  que qualquer dogma religioso. Esse texto demonstra que Ele estava ali para se preocupar com as dores do homem mais do que para se preocupar com liturgias e bulas religiosas.
Em terceiro lugar, eu afirmo que a misericórdia é uma das mais essenciais características de Jesus em razão de que Nele, nenhuma manifestação religiosa, seja ela nascida da Lei, dos Profetas, da Torá ou da Bíblia se presta a coisa alguma se não for para jorrar o bem em direção ao ser humano. Esse é o propósito da fé: manifestar o bem ao homem como sinal do amor que Deus lhe tem. Veja o diálogo de Jesus com os fariseus raivosos logo após Ele ter curado o homem de mão atrofiada: “Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem.”
Por que era assim para Jesus? Por três razões: primeira porque a existência humana, em importância, vinha antes da existência das observações religiosas. Era questão de prioridade. Segunda, porque Jesus cobriu com sua perfeição a imperfeição de todos os que não foram capazes de cumprir os dogmas da lei por si próprios devido suas fraquezas, e, por isso carregavam ao fardo da culpa. Era questão de graça e misericórdia. Isso é visto no argumento que Jesus apresentou a respeito do Templo, a Casa de Deus. Jesus dizia que no templo os sacerdotes comiam o pão no sábado e ficavam sem culpa, ao que Ele afirma: “Está aqui quem é maior que o templo”.  Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “Se o templo os encobre, muito mais Eu; se o templo santifica aos atos dos sacerdotes por violarem o sábado, mas, sob o templo e eles ficam sem culpa; muito mais eu santifico aos pecadores que se refugiam em mim, que se enfiam por meio da fé debaixo de mim em busca de vida, proteção e perdão. Estes são como cana esmagada e pavios de lamparinas que estão a um fio de se apagarem. A terceira razão é que Jesus veio como Messias para levantar o que caiu e reascender o que se apagou: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo”. Deixe-me apresentar o sentido disso. De maneira geral, somos todos como a cana que se quebrou e como o pavio de lamparina que está perdendo o fogo na analogia de Jesus, em razão do efeito do pecado a cerca do qual ninguém pode se auto-afirmar inocente, pois a Bíblia diz: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). O pecado quebra o homem com o golpe da morte e o apaga tornando carente da Luz-Glória de Deus. Mas, de outra maneira, e talvez mais perceptível a você, muitos estão assim hoje, quebrados e apagados, em função dos furações, das tempestades de vento que ocasionalmente assolam a gente de inúmeras maneiras. É como no caso de meu amigo e ovelha que mencionei no início do texto. Pode estar sendo assim com você também.  Pode estar acontecendo com você agora enquanto me lê: uma angústia profunda de alma, uma falência, uma separação dolorosa, o desemprego, uma doença irreversível (enquanto acabo de escrever esta linha, recebo uma ligação da minha filha me dizendo que uma amiga e ovelha acabara de falecer por motivo de complicações durante uma cirurgia de redução do estômago. O corpo ainda não havia chego. [...] Já cheguei de lá! A tempestade está soprando forte sobre aquela família). Não preciso de mais exemplos. Você já entendeu.
Por favor, preste bastante atenção: é para com essas pessoas que a misericórdia de Jesus se mostra abundante; é contra essas pessoas que Jesus não levanta a vós nem discute acerca de razões; tampouco é contra essas pessoas que Jesus faz exposições públicas, as acusa, as envergonha ou as esculacha em praça pública como os fariseus gostam de fazer com as adúlteras e outras fraquezas morais. Mateus diz que os motivos pelos quais Ele pode levantar essa gente, são simples. Um deles é que só Jesus é sobrenaturalmente capacitado com poder de Deus para reerguer a cana quebrada e reacender o torrão que fumega. Vejo o que está dito: “Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito. No poder do Espírito de Deus Jesus liberta; no poder do Espírito de Deus Jesus cura; no Poder do Espírito de Deus Jesus consola; nesse mesmo poder Ele acalma a tempestade, Ele consola corações, Ele limpa aos leprosos, ele multiplica os recursos, Ele transforma a água em vinho de alegria; de onde menos se espera Ele tira recursos, dá forças aos fracos, ânimo aos oprimidos, vista aos cegos, movimento aos paralíticos, reaviva aqueles cujo fogo está minguado e dá vida aos mortos. Tudo Ele pode fazer com objetividade da manifestação de sua misericórdia aos aflitos porque sobre Ele repousa o Espírito de Deus como em nenhum outro repousa. Outro fato simples é aquele que afirma que através de Jesus é que vem o anúncio de que Deus está fazendo sair o juízo sobre toda impiedade e pecado humano, Veja: “ele anunciará o juízo aos gentios”. Isso significa que todos poderão saber que a compassividade que Jesus mantém por todos os pecadores quebrados como a cana e esmagados com o pavio apagado em função do pecado, o levará voluntariamente não a apenas anunciar o juízo como também se colocará no lugar do pecador como substituto a fim de receber sobre si a justa punição dos pecados destes para que estes recebam o direito gratuito de serem justificados diante de Deus e perdoados do pecado que a Lei exigia como juízo sobre o pecador, a saber: a morte. Quando Jesus morreu na cruz em nosso lugar por causa do nosso pecado, o juízo saiu vencedor porque a justiça foi feita. Assim Ele pode justificar a todos pela fé, ou seja, pela confiança de que aquilo que Ele fez a nosso favor, foi suficiente para nos purificar da culpa do pecado e nos livrar da condenação. É a cana quebrada que ganha o direito de ficar em pé e o torrão fumegante de reacender a chama da vida novamente.  Por isso que se diz que o Messias não viria nem para quebrar o que quebrado estava e nem para apagar o que apagado ficou.
Agora ouça-me naquilo que me parece o mais importante: afim de que você possa ter parte nesse favor realizado pela misericórdia de Jesus em seu favor, lhe reerguendo e lhe reacendendo para uma nova vida, você necessita possuir uma esperança “gentílica” no coração. Eu explico: você precisa nutrir no coração a consciência de que não tem mais nada a perder por já ter perdido tudo, inclusive o direito à vida que o pecado lhe arrancou e à alienação da Glória de Deus pelo mesmo motivo. Isso deve existir em você de tal forma, que a sua única esperança de voltar a receber algo de bom, de novo e de restaurador, jaz única e exclusivamente em Jesus. Fora dele não há a menor esperança nem de se erguer para a vida nem de se levantar diante de Deus.  Assim era com os gentios sobre os quais os judeus ensinava ser um povo desprivilegiado por não pertencer ao povo escolhido, o que os tornava também estranhos às alianças de Deus, não participante de suas promessas e sem Deus no mundo. No entanto agora, Deus, por meio de Jesus de Nazaré, volta a essa gente o seu rosto cheio de misericórdia, e, os gentios, de alguma maneira, percebem que só tem a ganhar por meio de Jesus, depositam toda sua esperança nele: “E, no seu nome, esperarão todos os gentios”, informa o texto.
Bom! Agora é com você. Você sabe que Jesus é o Ser mais amável e compassível com os aflitos e pecadores, que qualquer outro, inclusive, mais do que a religião; sabe também que Ele é o ser mais poderoso, de maneira que o seu poder se manifesta em duas dimensões na vida dos “quebrados”: na dimensão espiritual, onde Ele é o único que tem poder de justificá-lo diante de Deus e perdoá-lo de todos os seus pecados; e, na dimensão histórica onde os fatos concretos acontecem para muitos, das formas mais trágicas, Ele também é o único que possui o poder da cessação da dor e da intervenção sobre as calamidades individuais para sarar os esmagados e consertar os quebrados.
Para mim, no entanto, me cabe lhe fazer um ardente e sincero apelo: Creia na misericórdia que Jesus tem por você seja você quem for ou tenha feito você o que tiver feito; Confie em Seu poder de levantar sua vida da mais profunda tragédia que lhe derrubou; Espere nele como um gentio que não tendo esperança em mais nada, colocou nele sua esperança, e Ele virá sobre ti para cobri-lo com salvação.
Aceite isso com o meu verdadeiro carinho.

domingo, 21 de novembro de 2010

O AFLITO E AS LIÇÕES DA AFLIÇÃO




“Foi-me bom o ter passado por aflições...” – Salmo 119: 71


Nunca fui procurado no gabinete pastoral por alguém que me pedisse conselhos sobre como poderia aumentar o seu sofrimento. Tão pouco alguém me procurou para que orasse a fim de que seus problemas pessoais aumentassem. Você já viu alguém indo pra igreja para ouvir a pregação da Palavra e orar com toda a congregação reunida pra piorar um pouco a vida? É claro que não. Eu também nunca enfrentei uma situação desta.

Acontece que momentos difíceis nem sempre são uma escolha e nunca são desejados. Eles surgem. E quase sempre involuntariamente. E é verdade também, que não podemos ter controle sobre eles. No entanto, o salmista conseguiu enxergar nas aflições pelas quais passou algo de bom; alguma coisa que o fez grato. Estranhamente um motivo para dizer que tudo pelo que passou foi bom. E isso lhe foi possível porque não viu a aflição como aflição em si, sem nenhum propósito. Nem a viu como um momento horroroso de onde não se pode tirar nenhum proveito. Ele viu a aflição como didática, como escola, como fator de desenvolvimento do ser, de possibilidade de aproveitamento para algum tipo de bem.

Veja comigo, quais são os motivos para que você também possa não só compreender as aflições pelas quais você esteja passando neste momento enquanto me lê, mas como o salmista tem razão para ver a dor sob outra ótica. Acredite: isso lhe dará também razões para dizer que tudo o que dói hoje, lhe fazerá um bem enorme pelo resto da vida.

Portanto, vejamos juntos os motivos pelos quais os momentos de aflições podem fazer bem.

Primeiro motivo é a certeza de que, em meio às aflições, Deus sempre está fazendo algo. Eu digo isso porque a tendência é a de imaginar que quando somos açoitados pela aflição, enfrentamos tribulações é porque Deus deixou de agir. Nessas horas pensamos que Deus não está fazendo nada. A Bíblia diz: “Na angústia estarei com ele; ele me invocará, e eu, lhe responderei.”

O segundo motivo que lhe fará concordar que o período de aflição que você possa estar passando é bom vem do fato de saber que Deus é quem esta administrando as aflições. Incrível como parece difícil para muitos acreditar nisso; no entanto, na consciência do salmista, conforme seu discurso, o tempo da aflição a que passara estava sob a administração atenta e controlada por Deus como esteve também as aflições pelas quais Jó um dia atravessou.

Em terceiro lugar, as aflições que sofremos nos levam á profundidade de alma. Nunca vi, ninguém sincero, que entregou seu caminho de dor aos cuidados de Deus, não tenha terminado a jornada com uma sensibilidade de alma mais ampliada, com um senso de solidariedade mais aguçado e com a misericordiosidade mais dilatada. O salmista conclui ter sido bom tudo o que padeceu por que ao menos a sua alma compreendeu o que talvez não houvesse compreendido em profundidade: os decretos do Senhor.

Quarto, as aflições são boas porque nos faz mestres na arte de consolar. Só assopra por instinto a ferida do outro quem foi ferido com o mesmo tipo de ferimento. Conforme o apóstolo Paulo esse é um dos maiores bens provocado pelo sofrimento; Se não, observe: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdia e Deus de toda consolação! È ele quem nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação que nós mesmos somos contemplados por Deus.” – 2 Coríntios 1: 3; 4.

Quinto lugar, as aflições sempre serão boas toda vez que nos dão a oportunidade de nos tirar do campo da teoria e nos fazer mergulhar no terreno da pratica Outra vez é Paulo quem nos ensina acerta dessa outra verdade em Romanos 5, de 3 a 4; veja: “E não somente isso, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” O conceito é simples: as tribulações sempre tenderá a conduzir-nos à experiência pratica daquilo que conhecemos em teoria, tornado válido o que sabemos pela eficácia demonstrada na aflição que atravessamos o que resulta em perseverança em qualquer outra tribulação pelo exemplos de outras que já suportamos, e nesse caso, a esperança brota da experiência prática.

Sexto lugar, os períodos de aflições e tribulações são bons porque no dá a oportunidade de experimentar a eficácia da Palavra de Deus. Basicamente é saber que em cada promessa, Deus não nos enganou, porque sempre será em situações semelhantes a do salmista que se verá que o nosso socorro vem do alto conforme a Palavra.

E em sétimo lugar, os momentos de aflições são bons porque podem se transformar em trampolins para se adquirir bênçãos maiores. Segundo Paulo, não há benção maior do que alcançar a sublimidade de Cristo. Você duvidaria disso? Existe em qualquer lugar possuir Aquele que possui tudo; a sublimidade que sublima todas as nossas aflições. No entanto, Paulo faz saber que o caminho para alcançar tal benção passa muitas vezes pelas aflições. Observe um de seus temas a esse respeito:”Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Salvador; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir a Cristo” – Filipenses 3: 7; 8.

Oitavo: aflições são boas sempre que sirvam a Deus como instrumentos de correção do coração e do caráter. Segundo o escritor aos Hebreus, essa é uma das mais nobres lições da dor: a da instrumentalidade disciplinar capaz de tornar o coração imensamente mais virtuoso – “(...) Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.” Todo o contexto fala de aflições agudas, desânimo e dores que exerce a função disciplinadora para o coração.

Por último, o bem das dores da aflição vem do fato de se delas poder adquirir uma percepção mais profunda da mente de Deus e do desenvolvimento de uma necessária empatia com Ele. Ora isso é visto enfaticamente na afirmação de Oséias 2, no verso 14, feita pelo próprio Senhor: “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei parar o deserto, e lhe falarei ao coração.” Isso foi dito em meio a um adultério espiritual em que o povo do amor de Deus se encontrava, como também se achava esse povo insensível à dor da traição que Deus sofria. Está aí uma coisa que raramente a gente compreende: os sentimentos de Deus ao nosso respeito, sobre nossos pecados e sobre nossas próprias dores. Isso se chama empatia; um nível de profundidade espiritual que poucos são capazes de alcançar. Nisso viu o salmista o privilégio de ser atingido pela aflição: a possibilidade de se compreender o que se passa na mente de Deus – “para que aprendesse os teus decretos”.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

OS ESCÂNDALOS, OS SANTOS E JESUS


Lembrando-me da história contada por João em seu evangelho, no capítulo 8 – aquela em que a mulher é apanhada na cama com um homem que não o seu marido e trazida arrastada pelos fariseus a uma praça pública para ser apedrejada pelo pecado que cometera – aprendo aquilo que o meu tempo de trabalho pastoral e analista clínico já me havia ensinado ha muito tempo: aqueles são de fora da Igreja se escandalizam muito mais com o julgamento e com o tratamento impiedoso que damos aos nossos “irmãos de fé” quando são apanhados em pecado, do que se escandalizam com o pecado em si que estes mesmos irmãos cometem. Eles são aqueles que quando vêem o pessoal da fé enxovalhar seus irmãos de comunhão por algum pecado que cometeram, por exemplo, perguntam horrorizados: É assim que vocês aprenderam com Jesus a lidarem uns com os outros de vocês?”. O pior, é que Deus também fica.
Também aprendo, conforme tenho visto, que para nós, gente da fé, o que vale mais é o rigor da disciplina que exercemos sobre aquele que pecou, muito mais do que o valor do indivíduo que peca. Para Jesus, o contrário é que vale.
No entanto, você que tem no peito um forte impulso já a muito tempo de vir a Jesus e entregar-se a Ele, mas que, por causa dessa gente que se diz povo dele e que no convívio entre eles próprios engolem-se um ao outro ainda não se entregou a Ele, eu lhe digo:
Não tenha medo de Deus porque Ele não é assim. Só não confie naqueles que afirmam não possuírem pecado nenhum.
Não se afaste de Jesus, mas ande bem longe de pessoas cuja percepção ainda não alcançou a compreensão da dinâmica do amor dele.
Também não se feche para Deus, mas bata a porta na cara de toda aquela gente que fechou o coração para as pessoas que carregam as marcas dos fracassos e do pecado.
Por fim, não deixe de amar a Deus, mas seja precavido contra aquelas pessoas que amam os dogmas e a religiosidade a ponto de não deixarem penetrar em seus templos o frescor do perdão a quem quer que seja.
As pessoas, na maior parte do tempo condenam e apedrejam. Jesus de Nazaré não é assim. Ele, ao oposto disso, se escandaliza com quem não perdoa, não confunde pecado com gente, ama a todos, e sente-se a vontade diante de pecadores.


Com amor com que Cristo nos ama,
Deus o abençoe.

sábado, 30 de outubro de 2010

MEU LAMENTO



Lamento que exista de um gênero de pessoas que sempre existiu, mas que no entanto chamada de "nova criatura", já não deveria ser mais o que é.
Lamento que elas existam ainda hoje em dia sentadas ao lado da gente.
Lamento elas que existam para tornar pior a existência dos outros,
Lamento por todos que tendo visto uma ferida aberta não a ataram.
Lamento pelos que tendo visto a muitos que estavam nus, nãos os vestiram.
Lamento pelos que tendo encontrados a muitos sedentos, não lhes deram de beber.
Lamento por todos que tendo visto alguns chorarem, não choram juntos.
Lamento pelos que podendo dar sabor a terra, tornaram-na insípida.
Lamento pelos que poderiam iluminar o caminho de muitos, tornaram-no em trevas maiores.
Lamento por todos que em auxiliando a verdade, acrescentaram a ela um i ou um til só, e tornaram-na em mentira.
Lamento pelos que se sentem livres da acusações de homicídio, mas que no coração executaram a muitos.
Lamento por todos que procurando reconciliar-se com Deus, levam suas ofertas ao altar, mas lembrando-se que possuem algo contra seu irmão, não buscam reconciliarem-se com ele.
Lamento por muitos que se orgulham em verem-se inocentes da prática do adultério, mas que na cama da sua imaginação, estão deitados com alguém que não seu cônjuge e sentem-se igualmente puros.
Lamento pelos em que tendo olhos remelentos, incomodam-se com o cisco que “vêem” nos olhos dos outros.
Lamento por aqueles que tendo cometido pecados ainda seguram pedras nas mãos.
Lamento por todos que estão construindo uma sociedade cada vez mais sem olhos e com dada vez menos dentes, por que são bons observadores da legislação fria.
Lamento por todos que só possuem uma face por não posuirem a outra, a do amor, para oferecersem no aplacamento do ódio.
Lamento pelos que não estão dispostos a dar nem um passo em favor de quem a segunda milha lhe faria bem.
Lamento por todos que na vida encontraram quem os decepcionassem, e em encontrando-os, nãos os amaram.
Lamento aqueles que possuindo perseguidores, ou fogem, ou correm para alcançá-los com o ódio sem nunca pararem em sossego a fim de orar pelo bem deles.
Lamento por todos que amam os amáveis por que estes até os desalmados amam.
Lamento por aqueles que são coroados pelas boas obras que realizam na demonstração da própria bondade, nunca receberam galardão, por que preferiram a imagem pública e o louvor dos homens.
Lamento pelos que não guardam o bem e não o pratica em segredo, antes, pelo marketing egoísta, publicam-no aos quatro cantos.
Lamento por todos aqueles que em cobiça profana, exercem o sacerdócio pública e desprezam o sacerdócio das portas fechadas.
Lamento por todos que pedem a Deus por suas necessidades e não conseguem crer que o Pai as conhece todas elas.
Lamento os que em sabendo por tudo pelo devem orar, como lhes foi ensinado, não oram por nada.
Lamento os que em orando, oram por aquilo que sabem que Deus jamais irá atender.
Lamento por todos que acreditam confessar onde seu coração está, mas não conseguem de fato esconder onde ele realmente se encontra.
Lamento pelos que ignoram o fato de que o possuír um coração mal é reflexo da maneira como seus olhos vêem tudo à sua volta.
Lamento também por todos que nos templos adoram Deus como Senhor, mas no mercado, proclamam Mamom como deus.
Lamento os que se fazem juízes, o que são proibidos em fazer-se, porque julgam sem o conhecimento real da prova que condena ou inocenta: o conteúdo do coração do réu.
Lamento o cinismo dos discipuladores que insistem em corrigir os outros enquanto não exercem primeiro a disciplina que discipula primeiro o próprio coração.
Lamento por aqueles que se confessam íntimos de Deus, mas que na intimidade não são confessados por Ele.
Lamento pelos muitos que fazem de sua boca uma harpa e um chofar a Deus, mas do coração, fazem um território em que Ele não é conhecido e temido.
Lamento por todos os que se acostumaram com a liturgia do culto transformando-a em esconderijo da hipocrisia e dos de coração sem culto.
Lamento por todos que proclamam amor à Palavra, no entanto a esquecem na segunda de manhã.
Lamento pelos que choram emocionados quando ouve a proclamação do evangelho, mas que riem com a falta da prática dele.
Lamento pelos que se regozijam com a injustiça, mas que no entanto chamam a Deus de Juiz de toda terra.
Lamento pelos que impedem a muitos cegos mendigos à beira do caminho alcançar a misericórdia do filho de Davi.
Lamento por todos que vendo aqueles que cujos corações se tornaram como de uma criança, impede-nos de virem a Cristo.


Lamento por aqueles que tendo abrigo, não hospedaram, antes desacolheram os que necessitavam de acolhida.
Lamento igualmente pelos que desprezam o filho pródigo que saiu da casa de seu Pai impulsivamente.
Lamento mais ainda pelos que se entristecem quando vêem, arrependido, o filho voltar.


Lamento pelos que ao saberem que na casa do Pai há muitas moradas, não aceitam alguns que desejam morar nela por não possuirem o perfil do "manual" do "condomínio".
Lamento da mesma forma, aqueles que se acham os únicos dignos de passarem pela porta que dá para os céus e fazem de tudo para impedem a outros que julgam não merecerem entrar.
Lamento por todo e qualquer que realmente acredite que mereça entrar no céu. Entrarão nele, as prostitutas, os homicidas os ladrões, porque estes reconheceram que não mereciam, antes, acreditaram que nescessitavam de um Salvador que lhes abrissem a porta.
Lamento saber da existência dos que se incomodam não tanto com Jesus, mas com as amizades que ele fez: adúlteros, ladrões, meretrizes, publicanos, pecadores, beberrões e comilões.


Lamento pelos "Alexandres latoeiros" que vivem a nos causar muitos males.
Lamento por aqueles que de tão evangélicos que se tornaram, à semelhança dos fariseus, hoje não podem entender o que Jesus lhes diz, por não querer ouvir a sua palavra de mudança de mente.
Lamento que não haja hoje quem queira rolar a pedra afim de que alguém saia do túmulo de volta á vida porque tal irmão já cheira mal.
Lamento pelos que já não mais parem para socorrer aos feridos à beira do caminho porque que tem um santo compromisso com o templo.
Lamento por aqueles em que cruzando com o samaritano ferido de morte no caminho e tendo oportunidade, não lhe ofereça seu ombro para socorrê-lo.
Lamento pela maioria que falem em amar, amem só em fala.
Lamento pela maioria que dos que afirmam amor uns pelos outros não possuem outro amor que não seja o fingido.
Lamento por quem transformou o termo ágape em gíria evangélica vazio do significado original.
Lamento por todas os que aderiram ao termo amor como gíria obrigatória nos círculos religiosos.
Lamento pelos que não suportam os mais frágeis, porque estes são os que inevitavelmente dão mais trabalho.
Lamento pelos que oram expressando o desejo de trabalhar para o Senhor porque eu não entendo o que eles querem dizer com isso.
Lamento por aqueles em que possuindo o privilégio de pagar o mal com o bem pagam o mal com mais mal ainda, e por fim chamam a isso de justiça.
Lamento por aqueles rejeitam aos outros o perdão dos pecados mesmo sabendo que seus pecados foram perdoados com o mesmo custo: o sangue de Jesus.
Lamento pelos que se honram em desonra de outros, concisos que a honra, conforme o evangelho, cai primeiro, melhor no outro quem em si mesmo.
Lamento por aqueles que não sentem pelo próximo caído aquilo que gostariam que sentissem por si mesmos quando o próximo o visse na mesma condição.
Lamento por aqueles que se vangloriam no fato de que fizeram tudo e crêem que a ninguém devem nada, sabendo que cada um deve carregar ao menos uma dívida: a do amor.
Lamento igualmente pelos que pagam com ingratidão, indiferença e esquecimento àqueles que deveriam ser pagos com honra dobrada.
Lamento os que ignoram que o amor é o cumprimento de toda a lei, logo os que amam não condenam pelo que diz a lei: não adulterarás, não matará, não furtarás, não cobiçarás dentre outras coisas.
Lamento pelos que em fazendo uso do jargão cristão “eu te amo”, também fazem uso da práxis ímpia: o mal contra o próximo.
Lamento por todos os que se dizem andar na luz não se encontram em lugar nenhum porque suas obras estão sendo realizadas nas trevas.
Lamento pelos que em busca de reconhecimento da dignidade pessoal, a conquistam-na com contendas, ciúmes, dissoluções, mentiras e outras dissimulações.
Lamento por todos que em podendo aliviar o fardo do próximo abrindo-lhes caminho, assumem a tática consciente de acrescentar-lhe tropeço na estrada.
Lamento por qualquer que tendo visto alguém cair, se esqueça de que estando ele próprio em pé hoje, amanhã não o poderá estar.
Lamento que quem julgue a quem quer que seja pelo pecado de hoje, sofra de amnésia crônica.
Lamento pelos que se consideram fortes, por deixarem de considerar que tal força lhe fora concedida para sustentarem os fracos ao invés de esmagá-los num ringue espiritual religioso.
Lamento por muitos que em tendo sido acolhidos por Cristo, desacolham a outros que necessitam do mesmo acolhimento.
Lamento que os que desprezam aqueles que, em pecado, são acolhidos por Cristo, se esqueçam que da mesma maneira foram acolhidos um dia por Ele.
Lamento por aqueles que anunciam que a salvação é concedida pela graça de Deus, mas que o fazem prevalecer  é a lei porta adentro de seus apriscos.
Lamento que essa espécie de pessoas existam. Eu as vi e estive entre elas.
Lamento que os que provocam esse lamento são alguns dos que chamam a Cristo de Senhor e invocam o nome de Deus em adoração que se consideram sal da terra e luz do mundo e denominam-se profetas do Altíssimo, levitas e santos.
Lamento que muitos que me fazem lamentar, no mundo sejam conhecidos como "crentes" em Jesus.
Pr Paulo Rodrigues.