quinta-feira, 11 de novembro de 2010

OS ESCÂNDALOS, OS SANTOS E JESUS


Lembrando-me da história contada por João em seu evangelho, no capítulo 8 – aquela em que a mulher é apanhada na cama com um homem que não o seu marido e trazida arrastada pelos fariseus a uma praça pública para ser apedrejada pelo pecado que cometera – aprendo aquilo que o meu tempo de trabalho pastoral e analista clínico já me havia ensinado ha muito tempo: aqueles são de fora da Igreja se escandalizam muito mais com o julgamento e com o tratamento impiedoso que damos aos nossos “irmãos de fé” quando são apanhados em pecado, do que se escandalizam com o pecado em si que estes mesmos irmãos cometem. Eles são aqueles que quando vêem o pessoal da fé enxovalhar seus irmãos de comunhão por algum pecado que cometeram, por exemplo, perguntam horrorizados: É assim que vocês aprenderam com Jesus a lidarem uns com os outros de vocês?”. O pior, é que Deus também fica.
Também aprendo, conforme tenho visto, que para nós, gente da fé, o que vale mais é o rigor da disciplina que exercemos sobre aquele que pecou, muito mais do que o valor do indivíduo que peca. Para Jesus, o contrário é que vale.
No entanto, você que tem no peito um forte impulso já a muito tempo de vir a Jesus e entregar-se a Ele, mas que, por causa dessa gente que se diz povo dele e que no convívio entre eles próprios engolem-se um ao outro ainda não se entregou a Ele, eu lhe digo:
Não tenha medo de Deus porque Ele não é assim. Só não confie naqueles que afirmam não possuírem pecado nenhum.
Não se afaste de Jesus, mas ande bem longe de pessoas cuja percepção ainda não alcançou a compreensão da dinâmica do amor dele.
Também não se feche para Deus, mas bata a porta na cara de toda aquela gente que fechou o coração para as pessoas que carregam as marcas dos fracassos e do pecado.
Por fim, não deixe de amar a Deus, mas seja precavido contra aquelas pessoas que amam os dogmas e a religiosidade a ponto de não deixarem penetrar em seus templos o frescor do perdão a quem quer que seja.
As pessoas, na maior parte do tempo condenam e apedrejam. Jesus de Nazaré não é assim. Ele, ao oposto disso, se escandaliza com quem não perdoa, não confunde pecado com gente, ama a todos, e sente-se a vontade diante de pecadores.


Com amor com que Cristo nos ama,
Deus o abençoe.

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